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1675- Percepção da existência (Parte 7)

John Lennon (1940-1980) disse que a vida é o que acontece enquanto estamos ocupados fazendo outros planos. Muitos séculos antes, Decimus Iunius Iuvenalis, o Juvenal (60-128), fez uma crítica na Sátira X, afirmando que os romanos desejavam e pediam em oração aos deuses riqueza, poder, honras, mas deveriam priorizar mens sana in corpore sano.

Houve época em que se dizia que o ser humano é incendiário da saúde até os 40 anos de idade, quando passa a ser bombeiro da mesma. Na verdade, não se trata de eliminar chamas, mas de selecionar as que iluminam e aquecem o bem-estar e paz de espírito. Harmonizar o estilo de vida não significa radicalismos de proibição heteronômica do classificável como um mal, mas convites autonômicos para valores autênticos do saudável. Uma chance de modificação da gestão da existência pelo reforço dado pela maturidade – e pelas cicatrizes – acerca do valor da individualidade crítica –  e bem orientada – para o binômio saúde-doença. Assim como Se persistirem os sintomas o médico deve ser consultado,  Se pressentir sintomas, o estilo de vida deve ser avaliado.  

Cada corte de um cordão umbilical simboliza o renascimento da individualidade, a perspectiva do desenvolvimento de um adulto através de infância e adolescência. Educar-se em hábitos saudáveis desde pouca idade é desafiador em função de costumes arraigados na sociedade, mas não é impraticável. Há outros “cordões umbilicais” disponíveis e selecionáveis para bem oxigenar a vida. Por outro lado, nunca é tarde para rever e modificar hábitos.

É bem sabido como episódios agudos de doenças determinam compromissos sérios com novos hábitos mais salutares. Cresce a assimilação pela sociedade que a medicina está mais apta para fazer valer o ditado que É melhor prevenir do que remediar.  Cada geração educa a seguinte e uma das lições é que o ganho de expectativa de vida com boa qualidade precisa manter a meta da curva ascendente apesar de inevitáveis impactos mais ou menos previsíveis.

Questão de cidadania, cada um que cumpra sua parte! Como dito pelo Almirante Tamandaré (Joaquim Marques Lisboa, 1807- 1897) na Batalha Naval do Riachuelo, 1865, da Guerra do Paraguai: O Brasil espera que cada um cumpra com o seu dever! O que a Bioética da Beira do leito acrescenta para os dias atuais sobre a própria saúde: dever com sua vida, com sua percepção existencial, com seu corpo!

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