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1621- Bioética e Geriatria (Parte 2)

Elaborado em coautoria com o Prof. Dr Wilson Jacob Filho

No contexto de substituição de muros por pontes entre faixas etárias, vacinas e antimicrobianos reduzem impactos agudos na saúde e fármacos possibilitam que doenças se apresentem como condições clínicas de cronicidade estável. Incômodos estéticos pela interpretação de aparência envelhecida têm alívio pela cirurgia estética na impossibilidade de uma transferência para uma fotografia como romanceado por Oscar Wilde (1854-1900) em O  Retrato de Dorian Gray.  Que a sucessão de aniversários seja a mais crônica possível, é desejo inserido nos objetivos de vida de longa duração.

Em prol da valorização da velhice como expressão de maturidade e não de decrepitude, a Bioética da Beira do leito enfatiza a imperiosidade da execução de políticas de atendimento ao idoso nas áreas social, econômica, médica e legal, numa abrangência e profundidade que requer o concurso da transdisciplinaridade. Afinal, um ser humano dito velho não é um corpo estranho, não é uma antiguidade, não é um obsoleto, muito menos comparável a uma peça de museu. Cada vez mais, os desafios da velhice incluem chances de boas oportunidades.

A medicina possui exemplo marcante da preservação da produtividade na velhice, Hipócrates, o Pai da medicina, é considerado pela História ter vivido ativo por 90 anos (460 aC- 370 aC).  É da sua autoria a afirmação que, embora revele uma realidade detectada exclusivamente pela observação clínica do sábio médico e corroborada pelas evidências científicas do mundo moderno, carece, ainda hoje, da adesão adequada às perspectivas de envelhecimento saudável. Segundo o notável professor nascido na ilha de Cós, “… Partes do corpo que se mantêm ativas envelhecem lentamente e com saúde, enquanto que as inúteis ficam doentes e envelhecem precocemente …”.  Nada mais demonstrativo da necessidade do uso constante e adequado dos diferentes componentes do nosso organismo para que se tenha a desejada longevidade funcional.

Bioamigo, mentalize um hospital atual e notará cinco gerações de médicos convivendo no ecossistema da beira do leito. Uma decorrência da pluralidade etária é o ganho de eficiência causado pelas distintas combinações entre o vigor da juventude e a sabedoria do idoso tendo como pano de fundo a premissa aristotélica que  é  fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer.

A preservação da continuidade sem lacunas das faixas etárias desde a formatura até a aposentadoria na composição do corpo médico é tradicional e fator essencial da dinâmica  adequada que envolve a manutenção do clássico (anamnese e exame físico, por exemplo) e a institucionalização da inovação.

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