Neste século XXI, acentuou-se o número de divergências entre médico e paciente atribuíveis às informações por via eletrônica. Percentual expressivo decorre da insuficiência/má qualidade dos esclarecimentos advindos e que carecem dos diálogos elucidativos. É perturbador como este tipo de divergência associa-se a uma redução na confiança no médico que consulta presencialmente em relação ao “consultor” eletrônico.
Além da possibilidade da pesquisa na internet não se aplicar ao caso, o “consultor” pode ser selecionado em função da informação que é mais palatável, da busca por “segundas opiniões” reconfortantes, enquanto que o médico presencial foca perfeitamente no que está a sua frente e diz o que cabe à medicina dizer na circunstância. A “consulta” eletrônica “garimpada” não desgosta, não julga e alivia.
A autonomia de relação, importante adendo na conexão médico-paciente, que se fundamenta na comunicação interpessoal assim se prejudica com o “exercício profissional” do que foi cognominado de Dr. Google, o poliespecialista sem número definido de CRM, que “diagnostica e prescreve” sem examinar o acaso clínico e muitas vezes subentende conflitos de interesse.