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20-Meu smartphone, minhas bactérias

Quem é que sai de casa sem o aparelho celular? Pode-se contar nos dedos de uma mão. E, falando em dedo, ele deixa no aparelho, não somente a impressão digital, como também o microbioma pessoal.

O smartphone é fonte de informações, além das disponíveis na rede de internet, sobre a coleção de microorganismos  que o dono do aparelho possui nos dedos que teclam e seguram. E, ademais, ele torna-se método de estudos sobre diversidades interpessoais de microbioma.  Portanto, a conexão pele-tela insere-se na advertência da Bioética da Beira do leito que benéficos de qualquer natureza trazem chances de malefícios.
Pesquisa recente do Instituto de Ecologia e Meio Ambiente do Oregon, USA, http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4081285/ , destacou duas questões: a) são as bactérias encontradas no smartphone indicadores do contato humano? b) há diferenças em relação à posse por homem ou por mulher?  Observou-se que o dedo indicador e o polegar da mão dominante (toque e apreensão), isoladamente, compartilhavam 32% das bactérias encontradas nos smartphones. A lavagem ou não das mãos, 60 minutos antes dos exames,  provocou uma diferença pequena, na ordem de 4%.  As mulheres mostraram uma conexão microbiológica mais forte com os smartphones do que os homens.

Não há evidências diretas se este vínculo microbiológico com nossos aparelhos celulares – além do emocional- seja fator de impacto na taxa de infecção hospitalar  ou  traga mais risco para infecção pessoal do que outros objetos pessoais. Todavia, há informações que cerca de 90% dos smartphones são “reservatórios” de bactérias, que o estafilococo coagulase-negativo predomina e que o Staphylococcus aureus meticilina-resistente é exemplo de bactéria preocupante encontrada sobre a tela dos aparelhos.

Por outro lado, este vínculo microbiológico abre perspectivas para a análise de trânsito de bactérias pelo hospital por swabs nos smartphones, evitando coletas diretas na pele de visitantes, pacientes e funcionários.

O smartphone coloca-se, assim, ao lado de outros fômites, “cavalos de Tróia” veiculadores de bactérias, como avental, estetoscópio e caneta.

Neste contexto, pesquisadores alemães http://www.plosone.org/article/fetchObject.action?uri=info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0106445&representation=PDF , considerando dificuldades de higienização, revestiram  tablets com plástico. Eles foram manipulados por pacientes em ambiente hospitalar  e  concluiu-se ter havido redução  significativa da  identificação de unidades formadoras de colônias bacterianas. Embora o procedimento  tenha acarretado um número expressivo de dificuldades e de insatisfação com o uso sobre plástico, os voluntários experientes com tablet  superaram e desempenharam-se a contento com o envelopamento Veja abaixo  sumário do acrescentado pela pesquisa .  Foto1SmartphonePlosone

Infecção se junta à distração como temas sobre efeitos adversos do uso de smartphone na área da Saúde de interesse da Bioética da Beira do leito.Foto3SmartfhonePlosone

 

 

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COMENTÁRIOS

Uma resposta

  1. Max, isto é que podemos chamar de complexidade de rede. Não demora e estaremos aviando medicamentos para smartphones. A ideia do plástico é interessante, lembrou-me das pessoas que saem para passear com seus cães e têm toda uma técnica para pegar as fezes sem entrar em contato com elas. Não demora, teremos aparelhos com películas que liberam antibiótico para combater bactérias… Mas essa história, já conhecemos muito bem, as bactérias sabem se defender, criam resistência… Será que o caminho é esse mesmo? Agora, um fato, o sujeito coloca a roupa cirúrgica, ajeita o smartphone no bolso, lava as mãos, já no centro cirúrgico pega o tal e deixa com a enfermeira da sala ou com o anestesista… Seria questão de pensarmos se o paciente deitado poderia ou não contaminar o smartphone…

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