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1502- A face do médico fala para o paciente

O médico, habitualmente, não pode, não deve e não quer ser indiscreto em relação ao seu paciente. Ele precisa ser discreto além dos aspectos inerentes aos cuidados com a preservação do sigilo profissional alinhada ao que pertence ao âmbito privado e inoportuno para ser visto ou ouvido por terceiros.

Inclui a prudência na emissão de juízos, seleção de oportunidade para expressar opinião, evitação de falar em excesso, vaidade incluso, bloqueando a manifestação do interlocutor. O médico não deve ser um intrometido na vida íntima do paciente, ultrapassar a fronteira delimitada pela pertinência anamnéstica, o que caracterizaria um ilícito moral.

Todavia, o médico, quer queira ou não, a face do médico é indiscreta com ele mesmo. O direcionamento do olhar, o modo de olhar, o franzir da testa, a abertura dos lábios, sorriso ou surpresa, a expressão facial comunicam tanto ou mais do que palavras, mostram incongruências com as mesmas e podem prejudicar a conexão médico-paciente. São movimentos de músculos nem sempre de controle voluntário e assim não permitem disfarçar um desprezo, um medo, uma tristeza. Familiares, especialmente, são observadores atentos às expressões faciais do médico.

Charles Bell (1774-1842), o epônimo da paralisia facial periférica escreveu: A expressão facial do ser humano me fascina, porque serve ao mais básico e prazer bestial e participa do mais forte e mais suave emoção de espírito.

A lição que a face pode dar ao médico é que ele seja sempre sincero. Sinceridade é o mesmo que autenticidade e boa-fé na beira do leito. Respeito à verdade, o médico comunicar ao paciente exatamente como acredita da medicina, até mesmo em relação a incertezas, fidelidade ao espirito do Juramento de Hipócrates, ou seja, jamais mentir a si próprio.

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