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1460- Non nocere imortal (Parte 11)

O diagnóstico – bem ou mal para quem?- pelo médico exige bem enxergar de perto, o predizer o prognóstico – bom ou mau?- do paciente bem enxergar de longe. A maturidade profissional amplia o campo visual, mas a ininterrupta atualização pela literatura e pelos colegas é imprescindível para descortinar a pluralidade de efeitos na devida extensão do potencial determinado pelo progresso tecnocientífico.

A importância relativa em questões da saúde depende das perspectivas incidentes nas comunidades de interpretação (ambiente de atendimento ao paciente, saúde pública, sociedade). É a falta que em geral influi no ângulo de visão, o que se conjuga à finitude dos recursos em saúde e ao princípio da justiça. O uso, o não-uso, o abuso, o reuso e o desuso competem por justificativas de pontos de vista.

Especialidades médicas e áreas de atuação ilustram a calibragem de mais-valia em meio a adição de valor a inovações, definem prazos de validade para pensamentos/normas, transformam de repente o desinteresse inerte num interesse vivo – e vice-versa-, tudo jamais dissociado da verdade que impõe a existência da medicina, qual seja, o ser humano está configurado da seguinte maneira: nasce, vive, sofre e morre.

A Bioética de Jahr e de Potter tornou-se Bioética para todos e, propositiva e receptiva, ampliou este período de tempo que é a idade da pessoa. Conquistou assento em parte por uma marca de disciplina intelectual, tolerância, transigência e interesse crítico com peculiar habilidade para transitar pelas dúvidas, aconselhadora não executiva em fóruns de discussão sobre temas de concepção/pré-natal e sobre post mortem.

No jogo habitual e complexo entre neutralidade (determinado árbitro de futebol torce para o time A, portanto ele não é neutro) e imparcialidade (não hesita em marcar pênalti contra A) em proferir juízos, a Bioética por sua composição multiprofissional e transdisciplinar de adesão essencialmente por “afinidade à causa” adquiriu posição garantista em relação à ética/moral/legal. Um “à disposição” com credibilidade.

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