Decorrentes complexidades motivam esforços continuados de controle de instabilidades/incertezas/inseguranças/inconstâncias decisórias em meio a movimentos tecnocientíficos e atitudinais profissionais. A Bioética da Beira do leito os afigura como percursos numa corda bamba cada vez mais exigentes de rede de proteção trançada por segurança ética e jurídica. Não infrequente, estas redes se mostram inseguras ou, até mesmo, inexistentes, sensações que motivam, por exemplo, acionamentos de Comitê de Bioética.
Cada vez mais a conexão médico-paciente idealizada com harmonia entre bom médico e bom paciente está sujeita a implantes, próteses e transplantes de interferências multidimensionais com limitações da autonomia intrínseca e expansões da autonomia de relação em conceito amplo. Esta última ajuda o paciente a olhar sobre mesma questão do ponto de vista do outro, a ver aspectos diferentes e até mesmo em oposição, assim favorecendo objetividades sobre subjetividades e imparcialidades sobre tendências pessoais nos processos de tomada de decisão. Afinal, a experiência sensível direta tem suas ilusões e jamais concordaria com a verdade da terra girar em torno do sol.
A Bioética da Beira do leito evita uma visão maniqueísta por qualificação apriorística e definitiva em devido ou indevido, pois entende que distintas aposições ou substituições mentais geradas por circunstantes guardam admissibilidade flutuante de interpretações e com chances de se consolidarem de uma ou outra maneira, circunstâncias a circunstâncias, fortalecidas por justificativas/ponderações/conclusões passíveis de serem compatíveis com o mundo real do ecossistema da beira do leito contemporâneo. Em outras palavras, conjuntos de propostas e respostas admitem realizações de expectativas de preponderância ao final de verdadeiros esgrimas entre ângulos éticos, morais e legais de atribuição de valor e, idealmente, sob inspiração do par prudência-tolerância.
Por inspiração na genética, as relações entre os componentes do Pentágono da Beira do leito podem ser classificadas em dominação completa, por exemplo, do sistema de saúde regras para fluxo entre níveis de atenção no SUS, da medicina por meio de diretrizes clínicas organizadas por sociedades de especialidade, do médico em situação de iminente risco de morte evitável (emergência); dominação incompleta, por exemplo, uma conduta consentida que é intermediária entre a proposta médica e a resposta do paciente iniciais; codominância, quando, na verdade, inexiste dominância, por exemplo, a voz ativa médica na conduta aplicável e a voz ativa do paciente na conduta consentida resultam em mesmo entendimento.
Em 1979, Tom Lamar Beauchamp (nascido em 1939) e James Franklin Childress (nascido em 1940) popularizaram o uso do principialismo na medicina pela publicação de Principles of Biomedical Ethics e na sequência, os princípios tornaram-se parte da ética em pesquisa por meio do Relatório Belmont.
A Bioética dita principialista pensada como próspera aliança entre cultura científica e cultura humanística a fim de reconfigurar ciências da vida e cuidados com a saúde de modo alinhado com saúde pública, saúde ambiental e bem-estar animal.
Ela refere-se a um conjunto de princípios, em convivência não absoluta, ou seja, exige contextualidade e presta-se a serem infringidos com justificativas. exceções. Ela sustenta-se, no cotidiano da conexão médico-medicina-paciente da beira do leito numa triangulação que admite ângulos variáveis em função da expressão dos lados. A dominância habitual da expressão de um princípio faz com que seja rara a configuração como triângulo equilátero. Dominam, assim, as disposições em triângulos isósceles ou escaleno.