Estão no constructo da Bioética a preservação do calor humano frente à frieza de alvos tecnológicos, a imperiosidade de esforços internos do Homo sapiens para não prejudicar a harmonia da sua presença com o ecossistema, não obstante a pluralidade de propósitos e de valores respeitáveis e a impasses por simultâneas submissões a uma não-liberdade teórica ligada a evidências científicas (heteronomia desde a medicina baseada em evidências, por exemplo) e motivações para uma liberdade prática (autonomia) primordial para, por exemplo, efetivar ajustes a individualidades biológicas (contraindicações, por exemplo) e de valores (religiosos, por exemplo).
A incorporação da Bioética, bioamigo, coincidiu com uma extração tão natural/instintiva de realidades que nem todos os médicos distinguem que, embora não se sintam atraídos pela Bioética, a praticam no seu cotidiano. Assim, eles não se dão conta que arrazoados da Bioética balizam decisões e cooperam substancialmente para bem qualificar a prática da tríade clássica. É a Bioética de Todos Nós!
Bioamigo, a Bioética de Todos Nós provê intimidade profissional temperada por atributos humanos com o ecossistema da beira do leito, vale dizer, contribui para um ambiente propício para cuidar dos desafios para a sustentabilidade- e a inviolabilidade- do direito à vida – atrelada à qualidade de vida- em razão dos inevitáveis estilhaços decorrentes de impactos da globalização sobre culturas regionais, inovações radicais ainda associadas a muitas dúvidas de aceitação e sequentes transformações socioeconômicas.
Ademais, bioamigo, a Bioética de Todos Nós envolve um feedback como precioso processo de adestramento em serviço, treinamento dinâmico, multiprofissional e transdisciplinar sobre dilemas de decisão, desafios pelas incertezas exigentes da máxima prudência na seleção do que propor/fazer e conflitos de interesse, situações que jamais – uma pelo menos – deixam de estar presentes no caso clínico, mesmo no considerado como simples.
Porque a Bioética precisa ser melhor conscientizada no ecossistema da beira do leito nos motiva a desenvolver a Bioética da Beira do leito para dar mais visibilidade a sua utilidade no contexto do Pentágono da beira do leito e suas 25 combinações possíveis.
Quem se interessa pelos meandros da Bioética, deseja e ela se integrar e esforça-se com entusiasmo por desenvolvê-la, reconhece o seu valor operacional para efetuar os desdobramentos das complexidades crescentes que ininterruptamente se incorporam aos componentes da tríade clássica. É préstimo que envolve recursos imprescindíveis forjados em peculiares associações de bióticos e abióticos na área da saúde humana, sem direito a marcha-a-ré e, idealmente, em alinhamento aos princípios da beneficência, não maleficência e autonomia configurados há cerca de meio século numa consolidação intelectual da Bioética.
Uma ênfase da Bioética da Beira do leito é a atenção a modos da integração contemporânea do trio de componentes da competência – conhecimento, habilidade, atitude- para sustentar a qualidade da conexão medicina-médico-paciente e as articulações, no contexto do Pentágono da Beira do leito, com instituição de saúde (assistência, pesquisa, ensino) e sistema de saúde.