Bom diagnóstico-boa terapêutica é antiga expressão do feedback médico-paciente. Contudo, quando apenas na visão do médico, recomendações classe I poderão resultar não consentidas pelo paciente. É situação em que os acasos da beira do leito surgem pela livre, informada e soberana não-aceitação da beneficência validada. De modo associado, o inaplicado de alguma recomendação clássica, diretriz clínica de uma sociedade de especialidade ou prática consagrada assombra por fantasmas de negligência ou imprudência. Alô Bioética!
Os acasos da beira do leito não costumam ter duas releituras idênticas, como acontece com o apresentado nos textos clínicos clássicos. A Bioética da Beira do leito contribui para superar, acaso a acaso, receios de descaso quando um menor benefício considerado pela medicina-ciência está tendo a releitura do permitido pela medicina-disciplina aplicada. Nortes éticos podem fazer esmaecer o maniqueísmo de pressuposições de certo e de errado e colorir o humanismo dos ajustes. Eles fornecem lápis e borracha para redesenho.
O nosso Código de Ética Médica é humano quando fortalece o acatamento do direito do paciente ao princípio da autonomia como justificativa bastante para isenção de negligência ou imprudência perante certas circunstâncias “cientificamente inadequadas”.
É respeito à cidadania, não obstante, cria-se o potencial de lamentos sobre a privação da providência mais adiante, quando o que não foi cuidado vier a se tornar fator de pior prognóstico, inclusive iminente risco à vida. O imediatismo a respeito do prognóstico sobre sobrevida à morbidade, é, pois, variável da razão ética. Ocorre que nem sempre há consenso quanto a critérios para declarar o iminente risco à vida de um acaso da beira do leito.
A reunião de moléculas de hidrogênio e de oxigênio forma água. Água apaga o fogo provocado quer por combustível – como o hidrogênio- quer por comburente- como o oxigênio. A água ora é tranquila ora é água revolta. A reunião do biológico com o psicossocial ora é caso de livro ora é acaso da beira do leito do paciente, clinicamente tranquilo ou perturbador, combustível e comburente éticos. Alô Bioética!