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1079- Bioética e Medicina Baseada em Evidências (Parte 4)

Diretrizes clínicas são representantes do saber tecnocientífico atualizado. Fonte para orientação do médico na ligação entre conhecimento aplicável e ser humano receptor.

O racional da aplicação de diretrizes clínicas elaboradas sob responsabilidade de sociedades de especialidade – tendo o cuidado de apreciá-las como bússolas e não como algemas- tem duas pernas: Força da recomendação (Classe) e Qualidade da Evidência (Nível). O par sustenta um controle de qualidade intrínseca sob chancela de sociedade de especialidade, essencial para a sinergia pretendida com os métodos aplicáveis. De fato não de diz diretriz de fulano e colaboradores, mas de tal sociedade.

A classe pode ser forte (dita 1), é para ser recomendada porque o benefício ultrapassa em muito o risco de adversidade, pode ser moderada (dita 2a), a recomendação é razoável porque o benefício ainda persiste maior do que o risco embora não tão dispare e pode ser fraca (dita 2b), até poderia ser desconsiderada, porque benefício e risco têm potenciais de realização muito próximos.

O nível A representa alta qualidade de evidências de mais do que um estudo clínico randomizado ou, então, uma meta-análise (revisão sistemática por técnicas estatísticas para combinar os resultados de pesquisas prévias qualificadas).

O nível B admite tanto a randomização incluindo evidências moderadas diretas de um ou mais estudos ou por mata-análise de evidências moderadas de pesquisas prévias quanto a não randomização e aí sustenta-se em evidências moderadas de um ou mais bem estudos executados não randomizados, estudos observacionais ou registros, ou, então, em meta-análises destes estudos.

O nível C inclui sustentação, de um lado, por estudos com limitações na concepção ou na execução, ou então, meta-análises com eles e de outro lado, opiniões de especialistas baseadas na experiência clínica.

A Bioética da Beira do leito chama a atenção que a configuração deste modo de apresentação das evidências separa classe e nível, ou seja, cada classe tem independência para se associar a qualquer nível e também que o nível C não significa que seja fraca, pois pode se basear em consenso clínico porque nem sempre teria havido a execução de pesquisa clínica. Em tese, entretanto, classes 1 e 2a e níveis A e B  são indicativos mais próximos das realidades do bom desfecho clínico cogitado.

A Bioética da Beira do leito tem peculiar atenção com a classe que é designada como 3, quando a não maleficência fala mais alto do que a beneficência e, por isso, é recomendação que não deve ser recomendada em função do potencial de risco em excesso ao potencial de benefício conforme níveis A e B de evidências, e até mesmo proibitivo pela morbimortalidade altamente cogitável.

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