Na comunicação online como ocorre na teleconsulta é fundamental o cuidado com a articulação ampla e precisa dos sons, idealmente com volume da voz um tom acima, com ênfase nos pontos mais relevantes a fim de facilitar a compreensão e, isto posto, o diálogo.
A escuta atenta, ativa e empática do paciente pelo médico é essencial para a sensação de acolhimento e continência. É fundamental garantir o espaço para o paciente se colocar com tranquilidade e segurança, sentindo-se à vontade e efetivamente considerado.
Este clima de aconchego é obtido a partir do desejo genuíno do profissional da saúde de interagir e compreender, cuidar e amparar o ser humano que dele precisa habitualmente vulnerável.
Como se sabe, não é incomum a linguagem corporal contradizer a comunicação verbal, evidência que fica, então, inativa. É notório que a imagem na teleconsulta tende a se ampliar e podem tornar as contradições palavra/corpo mais evidentes, especialmente porque há apenas a inter relação médico e paciente.
A Bioética da Beira do leito entende a necessidade de incluir a linguagem corporal como um dos itens de apreciação teórica sobre ganhos e perdas em potencial da teleconsulta e da promoção do treinamento sob supervisão nesta nova forma de comunicação médico-paciente.
Como qualquer treinamento, lidar com a teleconsulta requer conhecer seus desafios e exige encontrar equilíbrios de presença e atuação tanto pelo modo direto de enxergar as situações reais – o que denotam- quanto pelo modo indireto da conotação ou inferência em relação a demais aspectos. Seus objetivos incluem a concentração, o ganho de desempenho pela repetição crítica, a criatividade, o respeito pelo modo de ser e estar do outro e o equilíbrio entre a impaciência e a impulsividade (autocontrole).
A Bioética da Beira do leito alerta para a habitualidade, para o condicionamento sobre gestos, cadenciamento vocal, uso de palavras, o que faz necessário a consciência dos mesmos quando há uma nova proxêmica na conexão médico-paciente.