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782- É anamnese, não amnésia (Parte 3)

Os gregos que comunicavam  seus problemas de saúde para os deuses passaram a se queixar para Hipócrates (460 ac- 370 ac) e seus discípulos. A prática não caducou e hoje tirar a história do paciente constitui o primeiro contato do estudante de medicina com o ser humano vivo e doente no período da faculdade. Dois seres humanos que se comunicam em nome de benefícios mútuos. Um transpasse por gerações que preserva os objetivos. Resistência ao tempo é atestado de utilidade.

A naturalidade da forma faz da anamnese método primeira classe de sensibilidade humana na beira do leito. Como elo na conexão médico-paciente-medicina, a anamnese compõe a arte de aplicar a tecnociência.

É incalculável o número de anamneses que integram prontuários de paciente representando memória de informações sobre verdades gerais e específicas de especialidades. Como só persiste o que muda, há redução atual nas indagações menos específicas, assim, privilegiando o relevante para a queixa principal ou para a sequência dos atendimentos. Há muitos anos deixei de perguntar ao paciente se ele chorou ao nascer, uma pergunta obrigatória quando o número do meu CRM era alto. Desce o número do CRM sobre a concisão.

A fluidez da anamnese permite a inserção em formas atuais de comunicação, como por exemplo, um aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas e chamadas de voz para smartphones.  Queixa principal, queixa secundária, informações complementares, medicamentos em uso, etc… etc… compõem diálogos nestes instrumentos de facilmente prover a interlocução.

No longo caminho desde o uso do telefone no século XIX,  a anamnese não presencial enfatiza, não somente que a arte que acompanha a tecnociência plasma-se aos contextos da sociedade, como também tem um senso de permanência atemporal, um sentido de parecença com as origens, um de novo sempre. Vale dizer, um clássico!

A Bioética da Beira do leito enfatiza o valor da anamnese como ferramenta da excelência da conexão médico-paciente, eterna referência para os pósteros porque, simplesmente, é consistente com um atestado de o antes que funciona, antes na medicina e antes no caso.

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