A Bioética da Beira do leito entende que a representação ética do consentimento livre e esclarecido no processo de tomada de decisão na beira do leito está definitivamente estruturada no direito do paciente ao princípio da autonomia, vale dizer, o médico deve prover a compreensão sobre a materialidade das recomendações, especialmente dedicar-se à redução da assimetria de conhecimentos.
Cumpre ao médico evitar tanto simplismos quanto flutuar acima da capacidade de captação do paciente. É contribuição para a individualidade da integração da tecnociência pelo paciente com seus desejos, preferências, objetivos, valores e outros fatores não médicos. Ao mesmo tempo, a Bioética da Beira do leito opina que o paternalismo brando não colide com o direito do paciente ao exercício da autonomia. O foco deve ser a compreensão bilateral.
São desafios, são ambiguidades, são acenos de utilitarismo que expõem o médico a inseguranças de várias ordens na beira do leito. Assim, a Bioética da Beira do leito propõe-se a cooperar para que ajustes na comunicação visando a uma ampla assimilação sobre o presente e o futuro dentro dos limites possíveis, proporcionem níveis de segurança profissional para as tomadas de decisão alinhadas com os interesses do paciente.
A acelerada metamorfose observada na sociedade contemporânea requer a constante revitalização do processo de tomada de decisão e da prática do consentimento livre e esclarecido na beira do leito. A hierarquia do consentimento pelo paciente ascendeu rapidamente, ganhou projeção e adeptos, inclusive, da conveniência da extensão para menores de idade.
Doutor, na beira do leito sim é sim, não é não! Ouça com a máxima acuidade estas composições de pouquíssimas letras e enorme expressão do senso moral no âmbito da conexão médico-paciente. É a voz do (não)consentido com sentido!