PUBLICAÇÕES DESDE 2014

667- Coragem criativa na beira do leito (Parte 3)

A coragem integrativa molda formas de exercício profissional coerentes a arte de aplicar ciência sob impactos da dualidade convicção-dúvida.  Hipócrates (460ac-370ac)  foi o pioneiro corajoso criativo que colocou a medicina nas mãos do ser humano,  criou o primum non nocere  e mostrou o caminho da perpetuação dos conhecimentos geração a geração.

A coragem integrativa social, moral e criativa capacita o médico a forjar nas individualidades dos caso-a-casos o uso de uma medicina que está constantemente testando inéditos e desafiando a tradição. Embora autorizados, pois validados por critérios reconhecidos internacionalmente, métodos pouco experimentados são aplicados de modo assistencial ainda sob inseguranças quanto as certezas das evidências tecnocientíficas e, inclusive, no decorrer de uma ainda curva de aprendizado. A chamada fase de mercado amplia os horizontes da validação pós-pesquisa e pode vir a evidenciar benefícios (vide minoxidil e sildenafil) e malefícios (vide talidomida e cerivastatina) até então não reconhecidos e, exigentes da coragem criativa para os redirecionamentos.

A coragem integrativa funciona como carrossel. Voltada em prol do benefício, articula-se com a virtude da prudência, que por sua vez articula-se com o princípio da não maleficência, que por sua vez articula-se com o direito do paciente à autonomia, que por sua vez, articula-se com o Parágrafo único do Art. 1º- A responsabilidade médica é sempre pessoal e não pode ser presumida. Ademais, as constantes subidas e descidas simbolizam a necessidade de permanente reavaliação crítica das conduções na beira do leito.

A Bioética da Beira do leito dispõe-se a ser um fio condutor para reconhecimento, interpretação, avaliação e organização das expansões e limitações dos encontros entre o rotineiro e as novas perspectivas. Também, a estimular o potencial criativo respeitando molduras contemporâneas. Desta maneira, coopera para que realidades, sonhos, fantasias habitualmente presentes  possam modelar, cada qual a sua maneira, uma beira do leito, que sensível ao prognóstico, seja ao mesmo tempo realística, permissível a sonhos e tolerante a fantasias.

O médico não deve desperdiçar seus mananciais criativos na luta contra limites, sujeito que está a influências de inúmeras projeções e diante de  tantas ambiguidades do cotidiano, por isso, sentencia-se a ficar sempre fora da zona de conforto. Razão para desenvolver criatividade integrativa, inclusive, a adaptativa anti-burnout!

COMPARTILHE JÁ

Compartilhar no Facebook
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no LinkedIn
Compartilhar no Telegram
Compartilhar no WhatsApp
Compartilhar no E-mail

COMENTÁRIOS

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

POSTS SIMILARES