A Bioética da Beira do leito vê superposições em discussões sobre perspectivas de transumanismo e chegada à beira do leito da inteligência artificial. Esta provocará novas relações entre o biótico e o abiótico no ecossistema da beira do leito no cuidado com as necessidades de saúde que apresentariam certas semelhanças. com o que poderá acontecer de diferente entre transumanos e o planeta.
Um denominador comum seria a aceleração do processo evolutivo do homem e das ciência das saúde e afins em relação aos passos-a-passos conhecidos e repercussões no ambiente. É notório que a disponibilidade enfeixada na denominação de big data representa a apreensão com notável rapidez quantitativa e qualitativa das sucessivas concorrências de métodos diagnósticos, terapêuticos e preventivos a ser alinhada com o presente do caso e o acervo de realidades clínicas vivenciadas em circunstâncias análogas. Irá além da capacidade humana atual de processar as informações.
Poderíamos dizer que a tecnologia da informação e da comunicação na beira do leito proporcionará uma seleção curiosamente natural/artificial em conexão com o ambiente clínico e que orienta adaptações para sobrevivência de um prognóstico mais almejado. O uso implica em reflexões sobre a moralidade da participação do abiótico com conotação de biótico- o computador-, o que, de certa forma, permite conceber analogias de uma medicina apoiada por máquinas com o transumanismo.
Faremos a seguir um exercício de correspondências com trechos do publicado na parte 1:
Há a perspectiva atual de técnicas de biotecnologia {tecnologia da informação e da comunicação} provocarem um bypass pela evolução natural. O transumanismo {medicina apoiada pela inteligência artificial} pretende reconhecer e antecipar necessidades.
Prevê-se uma escalada da manipulação do patrimônio biológico humano {do patrimônio cibernético} com a pretensão de melhoria do ser humano {da saúde humana}. Menos acasos da natureza {acasos evolutivos} e mais responsabilidade de gerir o desejado {realização das potencialidades cogitadas}.
Mas, sempre tem um mas, melhor para quem? O potencial de maleficências {prejuízos para os profissionais da saúde} assombra e faz muitos – os bioconservadores {conservadores das tradições da medicina}- etiquetarem o transumanismo {apoio da inteligência artificial} como uma tecnoprofecia inconsequente.
O privilégio biológico {da robusta integração de dados e fatos} traria a potencialidade de dificuldades para o relacionamento interpessoal (conexão médico-paciente}. A vulnerabilidade {do paciente} não despareceria e os conservadores enxergam uma eugenia destrutiva da dignidade { do profissional da saúde}.
Já os transumanistas {adeptos do big data} vislumbram a superação escrupulosa dos limites da condição humana {raciocínio profissional}. A evolução artificial {do atendimento} pela biotecnologia teria as vantagens de ampliar as interfaces do cérebro com o computador (recorde-se que cérebro eletrônico foi o termo inicial para designar a computação), produzir melhora da qualidade vida em geral, eliminar doenças, prolongar a expectativa de vida (influência sobre o envelhecimento) e, num contexto hedonista, acabar com o sofrimento involuntário.
A Bioética interessa-se pelos meandros do transumanismo {medicina apoiada pela inteligência artificial}, seus pressupostos, seus critérios e seus dilemas da moralidade. Questões de comportamento e deveres morais surgirão nesta caminhada em direção a uma vivência pós-humana { de integração entre inteligências natural e artificial} com repercussões sociais, éticas e religiosas. O principialismo adverte que benefícios não são isentos de malefícios- inexiste risco zero em novidades e inovações- e que a autonomia costuma colidir com a beneficência.