A progressiva elevação da proporção de idosos no Brasil significa maior atenção com três consequências da longevidade: doença crônica, fragilidade pessoal e declínio cognitivo. A grandeza das repercussões associa-se à taxa de progressão do envelhecimento da população e à vitalidade econômica do país.
O envelhecimento é um efeito colateral da vida saudável, do progresso da medicina e do não enquadramento em estatísticas de certos tipos de acidentes. Na visão otimista de Maurice Chevalier (1888-1972), a velhice não é tão ruim assim quando se consideram as alternativas.
A Bioética da Beira do leito entende que características da chamada terceira idade devem influenciar a integração entre os entendimentos de beneficência, não maleficência e autonomia em análises de conduta diagnóstica, terapêutica e preventiva para o idoso.
Uma recomendação é manter o norte do processo de tomada de decisão o mais alinhado possível com o conceito contemporâneo de saúde: a capacidade de adaptação e autogestão aos desafios de ordem física (proteger-se contra danos), emocional (enfrentar situações difíceis) e social (cumprir obrigações, portar-se com independência).
Por isso, o fundamento ético da prudência e a virtude da tolerância destacam-se como fios condutores de estratégias ajustadas para as individualidades de cada idoso.