De repente, o médico percebe a chegada da inteligência artificial.
Anima-se com a perspectiva de ganho de tempo qualitativo com mais conteúdo e valor.
Inquieta-se com a dúvida sobre como lidará com a nova tecnologia e o impacto na beira do leito.
Passa a conviver com um só se fala nisso.
É instigante pelas perspectivas beneficentes. É aborrecido pelas suposições maleficentes.
A dualidade humano-robô na medicina faz o médico se dar conta de quanto o ecossistema da beira do leito depende de não profissionais da saúde. Bate o desassossego. Cuidam para desvalorizar a inteligência natural de quem cuida dos doentes? Será substituição ou será à disposição?
Já se disse que uma pessoa madura é aquela que pode pensar duas gerações à frente. Atualmente, os médicos não aparentam estar capacitados para a aventura- o que vem pela frente- com a inteligência artificial. A inteligência natural será protagonista ou coadjuvante nas narrativas?
Neste ecossistema da beira do leito em metamorfose, os médicos com muito uso do carimbo com o número do CRM pela frente não sabem o que serão daqui a pouco tempo, temem se tornar desgarrados da beira do leito e parar à beira de uma crise de nervos. O burnout acresce etiopatogenia: sensação de estátua.