A vitamina B foi inicialmente entendida como vitamina anti-beriberi. Só nas primeiras décadas do século XX que se verificou que era eficiente contra o “mal do sol”, a pelagra (fenômenos cutâneos, digestivos e nervosos), que ocupava um lugar de destaque nas causas de morte nos EUA, alertando para o conceito de complexo B. Foi o Dr. Joseph Goldberger (1874-1929), de origem húngara, que estudou a pelagra entre moradores de orfanatos e asilos norte-americanos e refutou a teoria então vigente da origem infecciosa. Ele identificou que pessoas próximas às que sofriam de pelagra e comiam carne fresca, ovos e leite não apresentavam a doença.
Uma das investigações foi realizada com condenados que estavam em prisão no Mississipi que aceitaram participar em troca da liberdade, uma espécie de colaboração premiada. Eles foram submetidos à dieta admitida como causadora da pelagra e no prazo de cinco meses cerca de 50% desenvolveram a pelagra. A fim de comprovar a ausência de contágio como muitos entendiam, o Dr. Goldberger e outros membros da equipe inocularam-se com sangue, secreção nasal, urina, fezes e fragmentos de pele destes pacientes. Nenhum destes voluntários contraiu a pelagra.
Adicionalmente, Goldberger constatou que nem todos os alimentos úteis para prevenir o beri-beri (relacionada à tiamina, B1) funcionavam para a pelagra. Denominou de vitamina B2- hoje B3 (niacina), pois B2 passou a ser a riboflavina.