Um processo de comunicação sobre sintomas, dados de exames e interpretação diagnóstica, a revelação da enfermidade, a proposição terapêutica e a tomada de decisão. Na abordagem produtiva, revisões e remodelações costumam acontecer, e crescem em significado quando há a participação ativa do paciente nas várias fases da progressão rumo a resoluções. Idas-e-vindas tão comuns são humanizadas por meio de diálogos sinceros sequentes entre médico e paciente.
O diálogo preenche os vazios próprios da falta de conhecimento técnico-científico do paciente e, assim, reduz preenchimentos pelo bombardeio de imaginação e analogia e por expressões emocionais variadas de perturbações compreensíveis, pois, dando mais realidade às expectativas.
A troca franca de palavras é cumplicidade no mesmo diapasão do sigilo profissional. Há uma reciprocidade, da mesma forma como o médico não deve expor o paciente a terceiros, o paciente precisa se expor ao médico, não somente quanto aos sintomas, mas também, em relação a seus pensamentos sobre a prática médica.
Em tese, não há sentido em mentiras, dissimulações, respostas enviesadas que provocam desvios da compreensão do que está acontecendo e do que poderá acontecer. Mas, não infrequente, um familiar sugere que é melhor que ele-o paciente- não saiba, o que cada médico precisa analisar caso-a-caso, por sua totalidade, de acordo com sua consciência. Uma clara proposição de paternalismo e que admite a adjetivação atenuante de compassivo.
A conexão médico-paciente é uma adaptação sempre em construção, que limitada por normas éticas e imperativos legais, é composta por expansões estimuladas pelo objetivo – que está fora- e pelo subjetivo- que está dentro, num inter-relacionamento humano que é apaixonante pela potencialidade integrativa entre criatividade, espontaneidade e legitimidade sobre uma plataforma de rigor técnico-científico. Estética e cognição, a dupla que de maços dadas garante o futuro da Bioética.