O princípio da autonomia é marcado na beira do leito pelo consentimento ou não consentimento pelo paciente. De um modo reducionista, pode-se considerar que um não do paciente encerra a proposição do médico pela ausência de autorização.
A prática ensina que um não consentimento do paciente pode representar um momento não final no processo de tomada de decisão, ser a manifestação de um conflito, passível de reversão por atitudes de empatia com o paciente, preenchimento sobre lacunas de conhecimento e uso de comunicação acolhedora.
Um segundo tempo de esclarecimentos visando as preferências, os desejos, os valores e os objetivos do paciente tem a possibilidade de, sem prejuízo da espontaneidade, elevar o nível de compreensão mútua e de sustentar ajustes, determinando uma real segunda primeira opinião com maior chance de manifestação pelo consentimento.
Por isso, a autonomia não deve ser vista exatamente como um antônimo de paternalismo em sua variante fraca que objetiva harmonia propositiva na relação médico-paciente. Ambas podem caminhar juntas em movimentos de idas-e-vindas pretendendo a mais adequada relação benefício/adversidade para a circunstância clínica.