Em tempos do ascensão da Pós-verdade (circunstancia em que a opinião pública é mais atraída pela emoção e por opiniões pessoais do que pelos fatos objetivos) em vários setores da sociedade, sugerindo uma escala entre extremos de absoluta verdade e de mentira, cada situação sendo apresentada e recebida com uma determinada calibragem, é interessante analisar um texto da bioedge http://www.bioedge.org/pointedremarks/view/the-ethics-of-santa-claus-disclosure/12110/.
Ficou popular que crer em certas afirmações esdrúxulas é acreditar na existência de Papai Noel. Assim, Papai Noel e Pós-verdade comungam um espaço na comunicação com menos sinceridade. Mas a emissão de palavras enganosas pode ser receptiva pela esperança que traz em função de circunstâncias indesejadas que uma pessoa ou um grupo vive.
Aliás este mesmo Papai Noel está sendo colocado numa posição de vilão pela ligação do sobrenatural com a confiança e o respeito à palavra que o filho pode perder dos pais ao saber que Papai Noel era uma mentira. Psicólogos entendem que os pais mentirem para o filhos sobre a existência de Papai Noel tem consequências futuras no âmbito do valor da verdade. É tese interessante, pois este mesmo impacto negativo do Papai Noel não parece existir nos contos de fada e com a prosopopeia dos personagens da Disney, talvez porque aqueles têm conteúdo útil para a formação interior da criança e estes não substituem os pais.
A descoberta da falsidade sobre a origem do presente de Natal recebido traria o potencial do descrédito em outras afirmações dos pais, causando menor restrição a dizer mentiras no decorrer da vida.