É admissível considerar que o estado de ânimo alinha-se a características que variam de profissional para profissional. Idealmente, as particularidades trabalham para um efeito de autorregulação, preservando as ditas positivas e descartando as ditas negativas ligadas ao desânimo.
Na identificação como ser profissional da saúde há valor em cuidar-se para acentuar as positividades perante cenários clínicos preocupantes, inclusive os que se associam a fortes vertentes emocionais. Isto porque o estado de ânimo corresponde a um tônus interno que modula os impactos dos acontecimentos, que o bioamigo há de convir são habitualmente alertas inquietantes.
A Bioética da Beira do leito reforça a conveniência do estado de ânimo profissional convenientemente calibrado que se afasta da apatia que se observa em muitos pacientes e fica a uma distância segura da euforia utópica. Uma lealdade com o significado social do porte de um número de CRM ou das demais classes de profissional da saúde.
O bom ânimo representa agregação emocional indispensável ao processo de seleção e manejo dos métodos das ciências da saúde e empresta afetividade à consciência profissional sobre a importância da situação em atendimento. Ele foge de um simbolismo Jeca Tatu descrito por José Bento Renato Monteiro Lobato (1882-1948) e aproxima-se do sertanejo antes de tudo um forte de Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha (1866-1909).
O bom ânimo contribui para uma interação empática – leia-se humana- e ao mesmo tempo assegura o domínio tecnocientífico. De certa forma controla emoções- o estado de ânimo tem menos intensidade do que o emocional- e contribui para um regulador predomínio do otimismo sobre pessimismos.
A Bioética da Beira do leito ensaia uma articulação entre autoestima do profissional da saúde, estado de ânimo profissional e (não)consentimento pelo paciente. Ela se apresenta por ocasião da recomendação ao paciente, onde a negativa do paciente não costuma modificar a boa avaliação subjetiva do profissional da saúde sobre a sua participação e contribuição para o caso. Desta composição, criam-se condições para uma animação comportamental de insistência sustentada por uma autoconfiança que se faz vantajosa para uma continuidade da comunicação esclarecedora.
De fato, caso haja um não consentimento por parte do paciente, o par autoestima-estado de ânimo profissional motiva ir atrás das justificativas do paciente mentalizando a possibilidade de um não consentimento provisório e sua mudança para um consentimento por melhor entendimento. O bom estado de ânimo de certa forma retira conotações de uso de violência sobre a vontade (desejo + movimento) do paciente, ele representa uma disposição por uma chance de uma segunda primeira opinião pelo próprio paciente..