A interligação saúde-doença remonta à mitologia grega. Articula-se a Higeia (referida no Juramento de Hipócrates), a filha do deus da medicina Esculápio e deusa da preservação da saúde.
Higeia sussurrava nos ouvidos de cada cidadão o nome de alimentos e remédios, atitude que evitava intervenções terapêuticas do pai. O conhecimento foi aprendido com o sábio e habilidoso centauro Quiron, 
transformado numa constelação para a preservação do seu brilho.
O significado atual de brilho profissional na área da medicina é complexo e está sujeito a limitações éticas entre nós- É vedado ao médico permitir que sua participação na divulgação de assuntos médicos, em qualquer meio de comunicação de massa, deixe de ter caráter exclusivamente de esclarecimento e educação da sociedade, Art. 111 do Código de Ética Médica (2018). Um nebuloso que ofusca luzes.
De qualquer modo, não é fácil divulgar com clareza o que é saúde e o que é doença. O que acontece é que definições clássicas de doença tornaram-se inadequadas, provocam impasses na contemporaneidade das competências na área da saúde e perturbam a liberdade de sentir, pensar e se comportar das pessoas.
Por isso, justifica-se, atualmente, uma linguagem sobre doença que respeitando legitimidades científicas e permissibilidades morais comprometa-se com uma visão de conglomerado de conceitos selecionáveis, caso a caso, de acordo com distintos propósitos e contextos.
É pluralidade que permite abrigar heterogêneas expressões de epidemiologia/fisiopatologia e distintos graus de complexidades no único termo doença. Ademais, faz reunir as perspectivas geradas tanto pelo ângulo técnico do profissional da saúde quanto pelo leigo, além de facilitar lidar com as especificidades diversificadas das noções de fator de risco, síndrome, benignidade e invalidez. A Bioética da Beira do leito entende que o conglomerado conceitual sobre doença facilita promover classificações com valor prático como doenças cardiocirculatórias, doenças sexualmente transmissíveis, doenças profissionais.
