Razões tecnocientíficas pertinentes ao médico ficam reféns do que possa determinar maior confiança pelo paciente. Assim, um determinado atendimento é um jamais como nenhum outro passível de ser apreciado como todos os outros. Desta forma há o risco da desconsideração pelo paciente das individualidades que foram racionalmente icluídas nas estratégias diagnósticas, terapêuticas e preventivas.
Tensões e distensões habituais provocam distintas apreciações que se distribuem em:
todo atendimento (daquele hospital famoso, por exemplo) tende a ser bem avaliado;
todo atendimento (daquele hospital repetidamente criticado, por exemplo) tende a ser mal avaliado;
de todos atendimentos (de uma determinada especialidade, por exemplo), alguns tendem a ser bem avaliados;
de todos atendimentos (de uma determinada especialidade, por exemplo), alguns tendem a ser mal avaliados;
alguns atendimentos (como exceção) tendem a ser sempre bem avaliados;
alguns atendimentos (como exceção) tendem a ser sempre mal avaliados;
parte de alguns atendimentos (algum aspecto apenas, por exemplo) tende a ser bem avaliado;
parte de alguns atendimentos (algum aspecto apenas, por exemplo) tende a ser mal avaliado.
Depende das necessidades de saúde, das possibilidades do atendimento, da fama, do resultado, de comparações, da personalidade, etc…, etc…
A construção da crítica leiga pode estar afastada da lógica, do pensamento que define o bom, o mau e a indiferença sob a óptica do profissionalismo médico. As combinações infinitas de fatores resultam num maniqueísta bom ou mau atendimento, mas que precisaria ser decomposto em sua multiplicidade, pois idas e vindas de fortalecimentos e de enfraquecimentos de opinião nem sempre estão claras.
Bom resultado com má atenção profissional e mau resultado com excelente atenção profissional ilustram como uma síntese não representa uma unanimidade ética, moral e legal. Os médicos em formação, especialmente, precisam estar conscientes do aprendizado de cada componente, por exemplo, do tecnocientífico, da comunicação, da atenção pessoal.
Atendimentos contemporâneos são cada vez mais colchas de retalhos e o médico precisa estar preparado para caber nas críticas com justa autoanálise acerca do que depende dele, do paciente, da instituição de saúde, do sistema de saúde e, especialmente, do alcance da medicina.