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763- Irracionalidade (Parte 1)

Um dos sentidos do termo irracionalidade é a dificuldade para perceber claramente ideias e pensamentos. Assim, a beira do leito exigente de um acompanhamento esclarecido do paciente leigo admite convivências com momentos de irracionalidade que preocupam a Bioética da Beira do leito.

A tradição de indeterminação da medicina acerca da efetiva realização das potencialidades reversoras de destinos biológicos causados pelas doenças- Princípio fundamental XXVI do Código de Ética Médica vigente: A medicina será exercida com a utilização dos meios técnicos e científicos disponíveis que visem aos melhores resultados – associadas a um desejo de segurança (não maleficência) mais do que a liberdade (consentir ou não) motivam muitas das irracionalidades na medida em que mesmo método superpõe benefícios e malefícios.

Cada momento da participação profissional numa conexão médico-paciente é acompanhado pelo paciente segundo variados ângulos, por vezes mais tecnocientíficos, por vezes mais pessoais. O crescimento da voz ativa do paciente/menos comportamento autômato/mais influência do instinto/atenção à própria individualidade durante o processo decisório na beira do leito trouxe elevação – ainda que modesta na prática- das manifestações de desigualdade de opinião em relação a do médico e que ocorrem sustentadas por facilidades de acesso a fontes de informações e por influências de circunstantes. Uma questão sobre o crédito do paciente ao médico que consulta ante incertezas provocadas pelas vulnerabilidades emocionais das circunstâncias de doença.

Assim, tudo tende a se passar como se cada atuação profissional caísse nas redes sociais e ficasse sujeita a uma heterogeneidade de leituras incluindo a de totais desconhecedores dos fatos. Cresce, por isso, para o médico contemporâneo a pertinência da aplicação de tríade formada pela necessidade de habilidades na comunicação, valorização da tolerância e auto-evitação da hipocondria moral (sentir culpa por uma autoavaliação de transgressão ética que na verdade não corresponde a uma negligência de sua parte, mas decorre de uma não efetivação por circunstâncias alheias como o não consentimento pelo paciente).

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