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699- Na moral (Parte 2)

Na intimidade da medicina, a visão de excelência cabe tanto na terapêutica que faz regredir uma doença- mesmo com algumas adversidades intercorrentes- quanto nos cuidados paliativos que dá dignidade à terminalidade da vida – apesar da dimensão fatídica. A eficiência nos propósitos brm definidos, foco e atuação, afirmação na tomada de decisão e reafirmação no desenvolvimento do decidido.

Há o alerta: A excelência requer ser sustentada numa plataforma ética, moral e legal. É base para as aproximações entre o saber da tecnociência validada e a sabedoria das vontades humanas, para as ordenações entre objetividades e subjetividades, ora numa interação mais vertical (com hierarquia e distância), ora numa interação mais horizontal (alinhamento). Ela depende da qualidade das trocas efetivadas entre paciente que fornece dados  e fatos e o médico que retribui com diagnóstico e terapêutica.

Excelência no atendimento pode ser difícil de definir precisamente, caso a caso, não há gradações, é uma apreciação integrada. Cada um reconhece se o conceito que tem para si próprio está sendo atendido. A excelência que se encaixa na beira do leito ética tem suas peculiaridades. É necessário que se destitua de qualquer caráter de surpresa que no entorno da tecnociência a ser aplicada há dois seres humanos.

Médico e  paciente de carne e osso são que são, o que podem ser, o que se esforçam por ser. Por isso, encontros médico-paciente de vários tipos estão cheios de infinitas expansões e limitações. Há a realidade inequívoca que ambos se constituem em agentes morais do atendimento. É prerrogativa que provoca inúmeros desdobramentos cognitivos- juízos, pensamentos, imaginações, percepções-, vale dizer, faz parte da qualidade do atendimento o compromisso de nenhum deles pretender fazer o outro adotar seus valores de modo impositivo.

A complexidade das interfaces entre medicina, médico e paciente requer a combinação de ciência, tecnologia e arte para respostas a É para fazer? Não é para fazer? Talvez possa ser feito? Diretrizes clínicas dão o conhecimento, técnicas permitem a aplicação  e a arte direciona para a consideração das individualidades aplicando um grau admissível de intuição e de criatividade.

Assim, excelência na beira do leito não é, necessariamente, um atendimento sem nenhuma insatisfação, o suprassumo do figurino, até porque não cabe o termo perfeição na beira do leito, embora possa sustentar imaginações.

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