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665- Coragem integrativa na beira do leito (Parte 1)

Diplomado após seis anos de estudo universitário, o que o agora médico é exatamente? Fácil! Ele é um adulto interessado em progredir, profissionalmente inexperiente e com licença para exercer a conexão médico-paciente a fim de aplicar medicina.

São precisos mais dois anos de prática, pelo menos, para que o jovem doutor possa sentir o grau de segurança profissional para cumprir, razoavelmente, o disposto nos Princípios fundamentais II- O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional e V–Compete ao médico aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico em benefício do paciente e da sociedade do Código de Ética Médica vigente.

O volume de estudos sobre técnica e ciência não é, contudo bastante. Isto porque ele cuidará de humanos, e, assim, a fria mente tecnológica que flerta com o cientificismo não pode dispensar o calor da sabedoria. A progressiva regulação da temperatura emocional desejável será alcançada pela densidade dos casos e sustentada pela forma dos comprometimentos com o paciente. Homenageando Immanuel Kant (1724-1804), enquanto ciência da saúde é conhecimento organizado, sabedoria do médico é beira do leito organizada, voltados para a ética, a eficiência, e a excelência.

Cabe no médico recém-formado contemporâneo, a reunião das figuras do queijo suíço pelas lacunas do aprendizado na faculdade e do mito de Sísifo, condenado para sempre a empurrar uma pedra montanha acima até o topo que, a seguir, rolará para baixo, exigindo eternos recomeços. Da formatura para a frente, invariavelmente, o médico precisará lidar, cotidiana e aceleradamente, com inéditas pedreiras, interfaces trabalhosas entre tradição/rotina e novidades/inovações.
Cada beira do leito testemunha sucessivos encontros multidimensionais, com razoável proporção de situações nunca suspeitadas, que passam a ser desafios e anseiam por potencialidades criativas para bem expressar e demarcar a existência profissional. Fatores da tecnociência e fatores da sociedade agitam constantemente a beira do leito, instigam o profissionalismo de cada médico e, na tensão, provocam esforços para fazer mudanças na conexão médico-paciente. As reações  costumam ser mais precisas à medida que as necessidades de alterações são bem reconhecidas  e integradas nos contextos da conformidade com o estado da arte e do respeito à dignidade da pessoa humana. A participação em equipe facilita reagir com proatividade, vale dizer, um espírito transdisciplinar, portanto amplamente dialógico, auxilia a dar harmonia aos passos renovadores.

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