As complexidades da medicina provocam desdobramentos morais. Excessos das intransigências de cientificismo obrigam à promoção da humanização. É destaque do biótico – o ser humano – no ecossistema da beira do leito. Empatia e justiça constituem eficientes instrumentos de desdobramentos morais.
O grau do desdobramento pode ser classificado como dentro da habitualidade, deficiente ou excessivo. O respeito aos limites éticos e legais no desfazimento das dobras pelo médico beneficia-se com o uso da imaginação e da memória que permite a mentalização simultânea de mais de um nível de realidade. A sinergia entre a memória que revive a experiência e a imaginação que permite apreciar efeitos de possibilidades em antecedência como resguardo de segurança é uma atividade criativa do médico que preserva a forma de atenção ao princípio fundamental XXVI do Código de Ética Médica vigente: A medicina será exercida com a utilização dos meios técnicos e científicos disponíveis que visem aos melhores resultados.
A mente do médico registra imagens da realidade atual do paciente a ser cuidada, ato contínuo, desenvolve uma construção memorativa de vivências análogas (fonte na experiência) e compõe um imaginativo de ajustes, enfatizando a promoção do benefício e a redução do malefício. O raciocínio clínico com superposição concomitante destes planos representativos do quadro presente, registros do passado congênere e projeções do futuro é essencial para o máximo domínio possível das complexidades. Assim, a efetividade da realização das potencialidades dos métodos validados e aplicáveis articula-se com a capacidade profissional de desenhar na mente realidades de cenários e selecionar correspondências de desdobramentos.