O conjunto de alicerces da Ética Médica brasileira:
Prudência: O caput É vedado ao médico do Código de Ética Médica brasileiro vigente impede que o termo prudência conste no Art. 1º, substituído pelo antônimo: É vedado ao médico causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência.
A Bioética da Beira do leito prefere uma mensagem ética proativa, ou seja, no lugar de evitar dano (Não Maleficência) pela imprudência, proporcionar o bem (Beneficência) pela aplicação da prudência. A prudência é virtude desde a Antiguidade e auxilia na escolha do que é para fazer e o que é para evitar na beira do leito sempre com um alcance futurista, ou seja, a preocupação do médico com o amanhã do paciente em função da potencialidade do benefício vir a ser prejudicada por riscos de malefícios previstos ou não. A Bioética da Beira do leito entende que a prudência atua essencialmente no processo de tomada de decisão, vale dizer, até o consentimento do paciente.
Zelo: Da mesma forma citada para prudência, o Código de Ética Médica brasileiro vigente refere-se ao seu antônimo, a negligência. A Bioética da Beira do leito entende que o zelo refere-se ao desvelo com a aplicação após o consentimento pelo paciente. Na prática, verifica-se que o termo negligência domina interpretações sobre mal feitos da beira do leito, inclusive em situações onde a prudência é que foi desconsiderada. Eventuais novas tomadas de decisão em meio à evolução da conduta aplicada remete para o significado de uma revisão de prudência- e que, inclusive pode requere a renovação do consentimento pelo paciente.
Não separabilidade : A Bioética da Beira do leito admite a não separabilidade como alicerce em função do preceito ético que a responsabilidade profissional do médico é sempre pessoal e não pode ser presumida. A Não separabilidade é um conceito da microfísica aplicável à beira do leito, que significa que entidades quânticas continuam a interagir após o afastamento, independente da distância. A percepção habitual é que médico e paciente interagem e se afastam. A distância física, contudo, não altera a responsabilidade profissional no decorrer da aplicação de uma conduta. Em outras palavras, uma alta hospitalar ou uma prescrição ambulatorial não separam o médico do paciente em termos da responsabilidade profissional. A Não separabilidade associada ao simbolismo da beira do leito é tradição da medicina alinhada à confiança do paciente e ao acolhimento do médico. Atualmente, com o médico na palma da mão do paciente, literalmente, por smartphones, este comportamento da microfísica tornou-se essência da conexão médico-paciente.