A Bioética trabalha para harmonizar-se com o máximo possível e necessário do biótico e do abiótico clássico e renovador do ecossistema da beira do leito.
A Bioética tem um feedback com a austeridade tradicional do médico que se preserva nas gerações atuantes. Hoje, cinco gerações de médico convivem à beira do leito compartilhando a coragem moral que é sensível ao sofrimento do próximo, à percepção do mal e à disposição profissional de se envolver. É profissionalismo que exige uma postura crítica sobre bom uso, mau uso e abuso.
A Bioética foi concebida em contextos de conflitos da tradição com avanços da tecnologia e desenvolveu-se como observatório crítico. À beira do leito, a Bioética lida com paradoxo: o médico trabalha ao mesmo tempo com convicção e dúvida. Há as potencialidades e há as atualizações.
Assim, o médico tem que se comprometer por completo com a conduta e, ao mesmo tempo, seus juízos imparciais precisam estar conscientes da possibilidade de estar errado.
A Bioética não objetiva uma vigilância moral implacável, uma resolução a todo custo da dissonância de vozes. A Bioética ajuda a lidar com a polifonia determinada pela pluralidade, ambigüidade e vulnerabilidade da condição humana sofrendo uma doença.
É desejável, então, que as absorções, desativações e adaptações de métodos no cotidiano da beira do leito sucedam-se com o olhar crítico da Bioética. Contribuirá para uma atitude cooperativa com a inteligência artificial. Enfim, uma beira do leito conectada com o biótico e o abiótico disponíveis no ecossistema em que está inserida.