Relação médico-paciente é um clássico da Medicina. Tão antiga que é impossível ter certeza sobre quem veio antes, presumo que tenha sido o paciente. Hipótese mais alinhada com considerações éticas tradicionais.
É inevitável, a vivência da beira do leito incorpora a noção que mesmas pessoas assim relacionadas em torno de necessidades de saúde desenvolvem suas conexões ao longo do tempo com apresentações variadas entre harmonia e conflitos. Cada atendimento tem suas peculiaridades racionais e emocionais.
O médico deve saber lidar com o nível de tensão do momento. A descontração perante harmonia tem limites, assim como a inquietação, indicando o valor da memória profissional para a cautela de nunca “baixar a guarda” ou “socar em saraivada”. A disposição interior para estabelecer a comunicação exige a virtude da Prudência.
A consciência da responsabilidade profissional além do respeito á validade dos métodos tecnocientíficos articula-se com a emissão de palavras segundo a chamada “liturgia da beira do leito”. Comportamentos verbais e não verbais a exigem.
Trata-se de um alerta realista da Bioética, pois, a maioria das queixas contra médicos, especialmente a respeito de atitudes entendidas como eticamente indevidas, embute uma visão de desvio de um fio condutor mentalizado como dever do médico e cujas raízes remontam há 26 séculos pelo “Pai da Medicina”, o imortal Hipócrates.