Em circunstâncias de gravidade de doença e especialmente quando se vislumbra uma terminalidade da vida próxima, o médico adquire uma função de mensageiro de má notícia. A forma como ele lida com as palavras e as propostas que realiza para a convivência digna do paciente com sua situação clínica têm o potencial de agravar ou amenizar os impactos previsíveis da maioria e imprevisíveis das individualidades.
Os encontros desta natureza acontecem sob uma linguagem de prognóstico cuja qualidade contribui para que o mensageiro da má notícia torne-se- ou não- um artífice da boa articulação para limitar o sofrimento e a dor e para expandir a qualidade de vida ainda possível.
Especialistas sugerem que o médico promova um equilíbrio na verbalização de expectativas e de preocupações, que se dirija ao paciente na primeira pessoa do singular (eu espero… mas eu me preocupo…), esclareça que médico e paciente não estão em campos opostos, ao contrário, devem dar as mãos para enfrentar o “inimigo” comum- a doença além do alcance da Medicina-, que o prazo de preservação da mais adequada qualidade de vida pode ser mais importante do que a manutenção de conduta ilusória sobre o prognóstico, dentro de um conceito que menos pode ser mais, ou seja, disponibilidades que conceitualmente podem beneficiar não se aplicam obrigatoriamente sem uma análise crítica multidimensional.