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525- Na trilha da prudência

pedágioO médico examina as circunstâncias, ele delibera. O médico reflete e faz escolhas, ele atua com prudência.  A boa deliberação beneficia-se da prudência.

A experiência na beira do leito lapida a virtude da prudência como fundamento pétreo da ética médica para tomar uma decisão no momento adequado, nem antes, nem depois e nunca desconsiderando o trio clássico da temporalidade em Medicina: emergência, urgência e eletivo.

Processos de tomada de decisão caminham pela trilha ética da prudência numa velocidade apropriada ao impacto na manifestação clínica e à influência no prognóstico. Pedágios dão cumprimento ao refletir, escolher e deliberar com prudência.

Uma vez de posse do diagnóstico, o primeiro pedágio da orientação terapêutica a ser ultrapassado é o formado pela combinação de rigor tecnocientífico e beneficência. A passagem requer os atributos de útil e eficaz e qualifica como conduta recomendável pela Medicina.

O segundo pedágio é constituído pela associação de abertura ao desconhecido e ao imprevisível e não maleficência e qualifica como conduta aplicável respeitosa à segurança do paciente. Caso a cancela não abra em função de riscos inaceitáveis à segurança, um retorno na trilha da prudência permite voltar para antes do primeiro pedágio para ajustes na recomendação pela Medicina.

O terceiro pedágio compõe-se de tolerância e respeito à autonomia e, uma vez ultrapassado, rotula a conduta consentida, ou seja, autorizada pelo trio Medicina-médico-paciente. Na eventualidade de não abertura desta cancela por não consentimento (do paciente), retornos na trilha da prudência possibilitam voltar para antes do primeiro ou do segundo pedágio para adaptações exequíveis.

A Bioética da Beira do leito  enfatiza a prudência como intercessora entre oportunidade proporcionada pela Medicina e segurança biológica e emocional na aplicação individualizada.

 

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