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493- Confluência do paternalismo fraco com a autonomia

Os efeitos éticos pretendidos do binômio autonomia-consentimento na beira do leito depende  da qualidade da percepção do profissional da saúde de ouvir-se falar e do paciente em ouvir-se ouvir. As circunstâncias do de fato esclarecimento  sobre recomendações precisam se tornar favoráveis para que emissão e recepção sejam igualmente ativas em torno da natural assimetria de conhecimento tecnocientífico.

É de se presumir que o profissional da saúde saiba falar de modo compreensível para o tipo de interlocutor distinto na capacidade de ouvir por questões de educação e de resultados da acentuação da vulnerabilidade individual pela doença. Por outro lado, o compreendido pelo paciente é passível de ser objeto de não consentimento parcial ou total.

Assim, a Bioética da beira do leito entende que o profissional da saúde só pode exercer a concessão de orientador  pela sociedade representada pela posse de um número de CRM quando se porta com comprometimento com o melhor interesse do  paciente. Desta forma, vale dizer, exercendo um paternalismo fraco, aquele que compreende que um eventual não inicial do paciente pode ser fruto de influências moralmente passíveis de reversão, desde que não ultrapasse limites da proibição e da coerção.

A figura a ser mentalizada para facilitar a assimilação é a de uma série de círculos concêntricos, onde os mais exteriores representam o paternalismo fraco do profissional da saúde  e os mais interiores representam a autonomia do paciente.  A idealidade da conjunção entre paternalismo fraco e respeito à autonomia está na movimentação dos círculos de cada categoria pela energização desde diálogos, de modo que eles fluam para a superposição, atestado de compartilhamento dos conhecimentos, ou, melhor, quando o paciente passa ele mesmo a ser o conhecimento bastante necessário para expressar um (não) consentimento livre, esclarecido, renovável e revogável.

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