Numa dimensão ajustável à ética, o médico aprende Medicina, comunica-se profissionalmente e administra processos e documentos pertinentes aos atendimentos por meio da internet. O prontuário eletrônico trouxe novas maneiras de lidar com informações captadas desde o paciente e registros de conduta. Os ambientes de trabalho passaram a exigir condições eletrônicas de qualidade, modernidades e manutenção.
Reduziram-se as idas a bibliotecas, a catalogação de artigos em fichas, a procura de prontuário em gavetas de arquivos, vale dizer, um bom número de minutos deixou de ser utilizado, contudo, sem representar, necessariamente, mais tempo livre a ser distribuído para o aprendizado, para o atendimento e para a vida pessoal.
Recentemente, abordei a teórica maior disponibilidade de tempo atual e indaguei à platéia sobre o tipo de aprendizado que gostariam de receber caso contassem com uma hora diária de sobra da rotina. As respostas foram variadas entre práticas profissionais e atividades culturais não ligadas à Medicina. Ninguém mencionou o desejo de uma imersão em temas de ética e afins.
É uma realidade brasileira e em muitos países. Poucos colegas interessam-se em aprofundar seus conhecimentos sobre ética médica, inclusive, desconhecem o teor da maioria dos nossos mais de 100 artigos do Código de Ética Médica vigente. Em certas situações, faz falta!