Dizem que confiança é igual à borracha, cada erro a reduz. Uma das primeiras lições que tive sobre como ser médico foi sobre confiança. Tinha que me empenhar para preservar a confiança do paciente no meu profissionalismo. Um valor a ser cuidado com extrema atenção.
Há vários modos de decodificar esta orientação, um dos mais aplicáveis é dedicar-se às necessidades de saúde do paciente com competência, vale dizer, atualizado em conhecimentos, experiente em habilidades e sensível a atitudes de acolhimento.
A sociedade mudou, a relação médico-paciente-sistema de saúde também, trazendo impactos sobre a confiança na área da saúde. Por exemplo, observa-se uma pré-confiança ou uma pré-desconfiança em relação a fama de hospitais e a do sistema de saúde que, são transferidos para o corpo médico ali atuante.
Não importa o progresso da Medicina, nada mudou ao longo das últimas décadas sobre os fundamentos da confiança na área da saúde, ela continua focada fundamentalmente com a prudência e o zelo. Em outras palavras, a confiança que o médico aplicará Medicina cotejando benefícios e malefícios em uma maneira a mais individualizada possível, portanto baseada em correção diagnóstica, maior dimensão de efeito e probabilidade de certeza terapêutica ou preventiva e, de uns tempos para cá, respeitosa a um processo de consentimento livre e esclarecido.
A Bioética da Beira do leito entende que o médico precisa se comportar de tal forma a fortalecer na sociedade a confiança que os fundamentos da Beneficência, Não maleficência e Autonomia serão indubitavelmente aplicados por livre iniciativa, vale dizer, como dever moral do profissionalismo.