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439- Efeito nocebo, falar ou não falar

Há estudos que concluem que detalhar adversidades condutas terapêuticas provoca mais  efeitos adversos do que descrições mais superficiais. É o chamado efeito nocebo, ou seja efeito placebo negativo.

Evidentemente, há adversidades incômodas mas bem superadas e há as que exigem decisões sérias influentes no prognóstico, inclusive sobre aceitação da conduta.

Pode-se apreciar falar ou não falar, eis a questão, sob os ângulos de dois princípios da Bioética, a não-maleficência e a autonomia, que podem ser contrapostos. De fato, não devemos causar danos ao paciente e, ao mesmo tempo, este tem o direito de ser bem informado.

Cada médico deve ter o seu entendimento sobre como conciliar as oposições. A verdade deve prevalecer e, como estatística de adversidades, neste contexto, ela pertence à Medicina e não exatamente ao médico. Atualmente, a internet, como uma alternativa à bula clássica permite a obtenção da informação que eventualmente foi abolida dos esclarecimentos do médico por ocasião do processo de consentimento. A valorização de adversidades varia de pessoa para pessoa e é difícil o médico selecionar adequadamente sob esta perspectiva. Saber indiretamente pode abalar a confiança do paciente no médico.

Assim sendo, iniciativas de ajustes individualizados na comunicação sobre adversidades de condutas terapêuticas pelo médico ao paciente estão  ligadas ao entendimento sobre o real significado de autonomia (relação autonomia do profissional/autonomia do paciente) que cada profissional tem para si.

 

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