Há 90 anos, o pastor e educador alemão Paul Max Fritz Jahr (1895-1953) preocupou-se com as obrigações morais do ser humano e esboçou o conceito de Bioética -portanto 44 anos antes do estadunidense Van Rensselaer Potter (1911-2001).
O seu argumento persiste renovado: nova ciência e nova tecnologia exigem novas reflexões éticas e filosóficas, o que sustenta a Bioética como disciplina acadêmica, princípio e virtude.
A presença de um teólogo e de um bioquímico nas origens históricas da Bioética indica a sua vocação para a transdisciplinaridade, o respeito ao diálogo entre ciência e imaginário, a visão que qualquer evolução no âmbito da sociedade não pode prescindir da evolução individual. O manifesto da transdisciplinaridade (2002) foi elaborado pelo físico romeno Basarab Nicolescu (nascido em 1942) e apresenta quatros pilares que devem se interligar para a combinação de razão e emoção, efetividade com afetividade:
- Aprender a conhecer – construção de pontes entre vários saberes.
- Aprender a fazer- desenvolvimento da criatividade para ultrapassar limites da especialização excessiva.
- Aprender a conviver- intenção de respeito pelas normas de inter-relacionamento numa sociedade.
- Aprender a ser- disposição para o ensino e o aprendizado continuados.