Michel Foucault (1926-1984) nos ensinou o valor, na medida do possível, do descaminho daquele que conhece. Na beira do leito, esta sabedoria é suscitada em conflitos entre a experiência vivenciada por determinado médico e as evidências da literatura (nível de probabilidade A ou B) conjugadas com as experiências coletivas da literatura (nível de probabilidade C).
Suponha que eu o convide a minha casa. Faço um roteiro e você segue à risca. Eu chegaria antes de você, pois, percebendo lentidão, saberia fazer caminhos alternativos. Os descaminhos do conhecimento.
Podemos chegar a mesmos resultados utilizando o roteiro de uma diretriz clínica- mesmo com pouca experiência- ou aplicando ajustes orientados e assegurados pela vivência acumulada. Pode ser o que diferencia gerações que convivem atualmente na beira do leito- conto cinco delas-, mas uma coisa é certa, diretriz pode encaminhar para a experiência, mas não a substitui. Assim, vale muito pensar sobre os próprios pensamentos a respeito da verdade que nos é proclamada- outra lição do filósofo francês.