Aspecto cotidiano da conexão médico-paciente da atualidade é a interação entre rigor tecnocientífico, abertura para o desconhecido/imprevisível e tolerância a outra opinião.
O rigor tecnocientífico diz respeito à conduta recomendável sustentada pela medicina baseada em evidências/experiência profissional e que necessita tornar-se conduta aplicável após verificação de individualidades do paciente que possam se constituir em motivos de ajustes ou mesmo de contraindicação total.
A abertura refere-se à consideração na aplicação da beneficência, vale dizer, do potencial de ser beneficente, que o resultado pode desviar-se do pretendido, não por adversidades que tenham sido avaliadas na relação risco-benefício, mas por circunstâncias que não são habitualmente previstas. Uma causa é o crescente número de comorbidades e uso de polifarmácia pela elevação da expectativa de vida da população.
A tolerância é válida para questões de opinião e é uma virtude necessária em função dos impactos dos potenciais de adversidades – biológicas e mentais – de métodos diagnósticos, terapêuticos e preventivos e que venham a provocar objeções/não consentimentos pelos pacientes.
A Bioética da Beira do leito tem alto interesse por esta tríade que se alinha com integrações e contraposições entre os princípios da beneficência e da autonomia.