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1705- O Planejador de decisão em saúde (Parte 3)

Uma Bioética inclusiva na conexão médico-paciente contribui para a solidez das renovações dos processos decisórios, especialmente, em tempos de mudanças na proporção de atuação entre inteligências natural e artificial. A Bioética não foi inventada, ela foi desenvolvida reativamente por temores sobre um futuro com perspectivas sombrias da interação entre tecnociência e humanismo. Já estamos neste futuro.

Na maioria dos atendimentos, emprego um conceito racional de tomada de decisão à beir0a do leito, pelo qual aplico conhecimentos sobre possíveis opções de métodos, caso a caso, situação a situação, alinhando com evidências de beneficência e cuidando para evitar maleficências, na medida do possível.

Valorizo a comunicação, a inter-relação e as expectativas do paciente no desenvolvimento ético do processo decisório, dedico um tempo qualitativo, pois aprendi na beira do leito – onde mais poderia? – que, não necessariamente, as reações do paciente estão na mesma sintonia de racionalidade sustentada pela tecnocîência, e, assim, ocorrem novas especificações, feedbacks e impactos sobre a eficiência decisória no quadro clínico e no prognóstico da doença. Há o do livro para o médico e há o do livre para paciente.

Cotidianamente, enfrento desafios, dilemas e conflitos – surpreendo-me quando não ocorrem – que surgem na esteira de variações de objetivos e expressões de preferências pelo paciente, o que pode comprometer o desenvolvimento do processo comparativo na seleção de métodos dentro do estado da arte.

Adquiri experiência com dissintonias entre o recomendável, o aplicável e o consentido. A Bioética ajudou. Mais jovem, tive dificuldades em bem compreender as contraposições de um leigo a um profissional, mas, aos poucos, junto com a evolução do pensamento ético, amadureci sobre o valor do respeito à tétrade do pensamento do paciente, enfatizo, desejos, preferências, objetivos e valores. Todo médico precisa tatuar na mente: O médico não possui medicina, ele aplica medicina.

Instiga-me pensar como um único atendimento às necessidades de saúde desdobra-se numa sucessão de tomadas de decisão do médico e do paciente. Complexidades dominam atualmente e ativam a tríade Posso? Devo? Quero? na busca dos desdobramentos. Invariavelmente convivem decisões de cunho profissional e decisões pessoais, em sintonia ou em dissintonia.

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