3875

PUBLICAÇÕES DESDE 2014

1703- O Planejador de decisão em saúde (Parte 1)

Sou médico, mas pode me chamar de planejador de decisões sobre a saúde. Eu atendo!

Adolescente, decidi que seria médico, na ocasião propícia confirmei a decisão e prestei vestibular para uma faculdade de medicina, depois decidi que tipo de estudante de medicina seria e, na sequência, decidi como deveria programar a pós-graduação.

O primeiro atendimento transpôs uma fronteira, sem volta, ingressei na responsabilidade decisória e, desde então, quantas decisões sobre paciente tomei rapidamente, em quantas hesitei, por quantas atrapalhei-me, de quantas os fundamentos mudaram! 57 anos de exercício profissional na beira do leito colecionaram um calhamaço de decisões, indecisões, previsões e revisões.

Valorizei a ética como fio condutor da profissão, qual margem consistente de rio que evita o leito transbordar apesar do intenso volume de novas águas, ela orientou-me como lidar com o gerado nas nascentes para desaguar onde projetado. Por outras palavras, a ética como condutora de decisões em medicina para que a fluência das evidências tecnocientíficas desde seus nascedouros validados respeitem o significado moral da beira do leito.

É interessante enfatizar que o Código de Ética Médica vigente é econômico no uso do termo decisão. São quatro inserções, sendo apenas uma referente diretamente ao paciente e no âmbito da evitação de distanásia. Acho curioso, haja vista que o que mais faço como médico no cotidiano da beira do leito é planejar etapas de processos decisórios em relação ao diagnóstico, à terapêutica e à prevenção.

Decido, logo existo, logo exito! Confiro, logo sou prudente, logo sou procedente! Comunico, logo sou humano! Ou melhor, participo pluralmente dos processos decisórios e o paciente, um singular, idealmente, acompanha as escolhas, entende os objetivos, conhece prós e contras e se manifesta com uma parcela “decisiva” na decisão. Pois é, um Não, doutor é de cisão! Instala-se uma divergência. Perante emergências, o risco iminente de morte evitável é fator decisório indiscutível para mobilizar sem demoras os protocolos aplicáveis.

COMPARTILHE JÁ

Compartilhar no Facebook
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no LinkedIn
Compartilhar no Telegram
Compartilhar no WhatsApp
Compartilhar no E-mail

COMENTÁRIOS

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

POSTS SIMILARES

mar0 Posts
abr0 Posts
maio0 Posts
jun0 Posts
jul0 Posts
ago0 Posts
set0 Posts
out0 Posts
nov0 Posts
dez0 Posts
jan0 Posts
fev0 Posts
mar0 Posts
abr0 Posts
maio0 Posts
jun0 Posts
jul0 Posts
ago0 Posts

mar0 Posts
abr0 Posts
maio0 Posts
jun0 Posts
jul0 Posts
ago0 Posts
set0 Posts
out0 Posts
nov0 Posts
dez0 Posts
jan0 Posts
fev0 Posts
mar0 Posts
abr0 Posts
maio0 Posts
jun0 Posts
jul0 Posts
ago0 Posts