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1685- Reprogramar é preciso (Parte 1)

Há modos e modos do ser humano perceber o valor da medicina e e aplicar correntes e contracorrentes na atenção à saúde. Desde Hipócrates, hábitos humanos são implicados no desenvolvimento de doenças/perdas da saúde. Uma das características do século XX foi conscientizar para o valor de se desencantar com hábitos maus e se (re)encantar com hábitos bons. A sociedade recebeu informações sobre o que classificar como bom e como mau, a teoria disponível é vasta, contudo não suficiente para ser fio condutor dos fatos, para ser incorporada como imperativo de saúde, para que cada um olhe para o hoje de si e, ao mesmo tempo, para o horizonte do futuro.

Hábitos assumem o comando, alinham-se a dependências da mente e do corpo, tornam-se fortes barreiras contra mudanças para reduzir prejuízos à saúde. Uma razão é que a continuidade da repetição reduz o esforço mental e associa um sentido de retribuição. Um fumante torna-se um pegador de cigarros em sucessão por estímulo automático que ordena o uso, como cumpridor da rotina tabagista ele renova a recompensa de caráter prazeroso, num entrelaçamento entre antecipação e desejo. O hábito evita a necessidade de reaprender. O médico que na volta de férias não precisa reaprender a rotina que codificou na mente de exame físico do paciente.

O desenvolvimento do hábito graças à automatização de suas engrenagens, ademais, afasta a mente de um processo decisório e, por isso, qualquer intenção de mudar/substituir hábitos necessita da ativa participação da mente a fim de deliberar sobre mudanças nas codificações. Por isso, substituições de hábitos requerem desconstruções e reconstruções das composições mentais.

O hábito se perpetua protegido na privacidade mental e, assim, resiste a bombardeios sugerindo alterações – para o bem ou para o mal da saúde – em associação a uma liberdade cognitiva para pensar, raciocinar, manifestar-se e imaginar como um próprio benquisto. Quando se trata de mau hábito para a saúde, a chance da substituição eleva-se na medida em que ocorrem rotas “autorizadas” de intromissões na privacidade mental que motivam mudanças cognitivas sem violências à liberdade de as cogitar e fazer deliberações no âmbito da recompensa/prazer. A prevenção secundária inclui-se nas autorizações.

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