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1676- Beira do leito sala de aula (Parte 1)

É bem sabido que não basta a conclusão da graduação e obtenção do número de CRM para o médico se sentir qualificado para a imensidão dos atendimentos diagnósticos, preventivos e terapêuticos com as devidas abrangências e profundidades. A experiência numa Residência Médica qualificada é fundamental para prover níveis de segurança na recomendação e na aplicação de condutas. A especialização vem a reboque, por meio de interseções nem sempre bem definidas.

A supervisão por colegas experientes, as oportunidades de presenciar exemplos (bons e maus), parte deles associados a professores inesquecíveis,  e as análises críticas dos próprios desempenhos contribuem para o médico em cerca de 10 anos preencher vazios, transformar-se de um leigo calouro de medicina num profissional direcionado para níveis de excelência e, importante salientar, com algumas idealizações, ambições e esperanças frustradas – quem não as têm?, até porque teve que se adequar a moldes. Atualmente, orientações concentradas em diretrizes clínicas sob responsabilidade de sociedades de especialidade contribuem e facilitam tomadas de decisão como fios condutores a respeito da firmeza de conhecimentos atualizados.

O médico não está isento do ditado errar é humano, inclusive errar uma vez não deixa de ser matéria-prima do aprendizado sobre o correto. O que o bom profissionalismo requer é que os enganos sejam evitados ao máximo, justamente pelo desenvolvimento organizado da competência (conhecimentos+habilidades+atitudes).

Como dito por William Bart Osler (1849-1919), a beira do leito como (eterna) sala de aula. O paciente como parte imprescindível do aperfeiçoamento do aprendizado profissional num feedback respeitoso entre ganhos do médico desde sinais e sintomas do paciente e ganhos do paciente pelo usufruto da medicina aplicada pelo médico.

Cada procedimento de engano do médico, erro profissional, e suas consequências danosas no paciente, é sofrimento de ambos componentes da conexão médico-paciente. Não infrequente, o médico que reconhece suas falhas passa por um processo de autojustificação e racionalização com alta chance de logo vivenciar um efeito bumerangue, desmoronar numa dimensão moral de envolvimento pela culpa.

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