O estilo de vida tem efeito marcante na saúde do indivíduo e do outro – fumante passivo, por exemplo. Componentes de estilo de vida com relevante influência na saúde podem ser distribuídos entre “propensões de nascença”, frutos de exemplos e disponibilidades nas “prateleiras” da vida.
Parte deles são, portanto, “contagiosos”, na medida em que se referem a hábitos mobilizados do dia-a-dia de uma sociedade. Neste contexto, a Bioética da Beira do leito entende que para efeito de medicina preventiva, as chamadas doenças não transmissíveis como cardiovasculares e diabetes são transmissíveis pelo exemplo numa sociedade. A boa notícia é que fatores de transmissão podem ser manejados.
Cada caso a ser trabalhado no par estilo de vida – prevenção da saúde é, na verdade, um acaso de combinações com desafios distintos e oportunidades de providências que fazem diferença na conexão médico-paciente. Cogitando da aplicação da medicina do estilo de vida, na individualidade e numa concepção de problema crescente de saúde pública envolvendo o Pentágono da Beira do leito, o espectro admite beneficência/não maleficência de intervenções – nada simples, por sinal, necessitadas de vários desdobramentos – por um sexteto de pilares: alimentação saudável, atividade física regular, cessação do tabagismo e controle de substâncias tóxicas, estratégias para controlar o estresse, melhoria do sono e conexões sociais.
Paradoxalmente em relação aos efeitos históricos para uma curva ascendente na expectativa de vida, não se trata de vacina ou de antibiótico. Mas porque contribuem para a elevação, pode-se dizer que é desejável que estas orientações biofílicas se propaguem como verdadeiras epidemias.
A Bioética da Beira do leito destaca deste sexteto o tabaco, como seus aspectos históricos são ilustrativos das influências sociais sobre o entendimento da saúde e do valor da ciência no direcionamento para o campo da verdade.
Inclusive, porque entende que é útil para a orientação e o apoio, o médico incluir no diálogo com o fumante breves informações sobre a ascensão e queda do hábito de fumar, atendendo ao conceito que como não basta o locutor falar, o ouvinte precisa entrar em sintonia, a conscientização – consciência maior, receptividade maior – de que o que se deseja é mais facilmente efetivado com compartilhamentos sobre as várias faces do mundo real. Os aspectos históricos sobre porque passaram a existir fumantes, de certa forma, aliviam a carga emocional de ter se iniciado como fumante.