Dada a largada para a mudança, a continuidade precisa ser trabalhada, a atração qual imã pelos métodos mantida, pois os resultados dependem de um processo com compromissos bilaterais no entorno de uma unidade simbiótica, o efetor com competência profissional e objetividade e o receptor com dedicação e avaliação crítica. Ambos encontram-se num “carrinho de montanha-russa”, deslizando pelos trilhos com a energia potencial da credibilidade transformada na energia cinética do cumprimento qualificado. Altos e baixos, com as mãos apertadas entre si, que são inevitáveis porque cada um atua em cada momento com ele está sendo, mais ou menos transformado.
É importante ressaltar que em matéria de prevenção, certos benefícios ficam menos perceptíveis, como por exemplo, a queda da chance de comprometimento pulmonar pela cessação do uso do tabaco, o que coloca a força de vontade – e da confiança no conhecimento científico – num plano superior de não transgressão consigo mesmo, além da efetiva contribuição do reforço periódico da palavra do médico e de circunstantes. Gols a favor e gols contra acontecem, o que importa é a construção de uma placar favorável.
A Bioética da Beira do leito reforça que é indevida qualquer iniciativa de afirmar perfeição em medicina. Esplendores narcisistas do cientificismo e do tecnicismo e visões tendenciosas irmanadas com conflitos de interesse são etica e moralmente inaceitáveis. Na linha da excelência, a medicina sonha com a adjetivação de precisão, e um dos objetivos é promover estratégias de prevenção que considera as especificidades do estilo de vida de determinada pessoa dentro de um contexto etiopatogênico advindo de informações de médias populacionais.
A Bioética da Beira do leito percepciona que ninguém possui um estilo de vida passível de ser etiquetado como de perfeição – ela não existe -, cada um tem sua identidade, razão para intitular o tema como Transtorno do espectro do estilo de vida. Dar um nome geral é importante, mas é inócuo sem os devidos movimentos emissores e receptores nos limites extremos das possibilidades.
Estilo de vida é termo familiar para a população, mas não significa que seja majoritariamente compreendido como objeto da medicina preventiva, como ponto de referência para orientações de troca de influências. Preocupação e esperança que visam ao prognóstico, entendendo que prazos de validade das vidas humanas são remarcáveis.
Considerando anjo como um mensageiro, a Bioética da Beira do leito utilizando-se de uma licença proética, sugere admissível apontar médicos que orientam sobre estilo de vida como anjinhos bons capacitados para promoverem mensagens beneficentes na sociedade que dispensem anjinhos maus maleficentes para a saúde. Mensagens que utilizam evidências do passado para orientar o presente de hábitos em prol do futuro da saúde.