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1654- Autonomia e heteronomia no ecossistema da beira do leito (Parte 20)

O trabalho em equipe, quer direto na convivência cotidiana, quer indireto por meio da literatura orientadora, bem ilustra a dinâmica integração entre autonomia e heteronomia. Em outras palavras, embora inexista uma formação autodidata do médico, há aprendizados de fora para dentro por si e eles devem motivar por analogia de retribuição, o dentro para fora do esclarecimento ao paciente. Atualmente, por efeitos da disponibilidade da informação médica na internet, pacientes, cada vez mais dispõem de dados tecnocientíficos, assim, diferenciando-se do “zero absoluto” de outrora. Qualidade das fontes de dados e vieses de interpretação acrescentam novos matizes à interface pendular entre heteronomia e autonomia. 

De leigo a estudante de medicina, de estudante de medicina a médico, de médico a doutor em medicina, de doutor de medicina a professor de medicina. Muitos seguem este roteiro acadêmico. É indispensável haver representantes da última etapa, pois se não houver extingue-se a graduação e, em decorrência, elimina-se a origem da diplomação e inativa-se a concessão de um número de CRM. 

Há também a substituição da heteronomia pela autonomia na pessoa do médico desligada de perspectivas de emprego heteronômico de ensino, aliás, maioria. O médico adquire conhecimentos, habilidades e atitudes pelo estudo, pela prática e pelo exemplo, faz o que precisa fazer para aprender e se torna um agente da medicina cada vez mais “andando com as próprias pernas”.

Vale dizer, ele é capaz de organizar uma conduta, reunir informações e aplicar juízo crítico com o que sabe. Assim, o médico trabalha com o compromisso de cumprir guiado pela ética, pela moral e pelo legal. No íntimo, deseja que o paciente comporte-se em sintonia. A conexão, contudo, admite dissintonias, a racionalidade tecnocientífica corre o risco de soar arrogância profissional e aí cresce o valor humano da autonomia. 

A heteronomia jamais desaparece, mesmo para o médico muito bem qualificado autonomamente. Há regras do sistema de saúde, regulamentos do hospital, artigos de código de ética e atualizações de diretrizes clínicas emitidas por sociedade de especialidade, além de necessidades de interações multiprofissionais e transdisciplinares, caso a caso.

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