Não há como negar que a imperiosidade de aceitação do não consentimento do paciente é indigesta para o médico, frequentemente sentida como uma violência da interpretação convencionada sobre a virtuosidade do profissionalismo contemporâneo. A adaptação fica por conta da veracidade da vivência na beira do leito como fonte maior de maturidade para o médico ético.
O Relatório Belmont de 1979 estabeleceu os princípios éticos fundamentais da beneficência, respeito pelas pessoas e justiça para pesquisas envolvendo seres humanos e que foram a seguir expandidos para a assistência pela prática de beneficência, não maleficência, autonomia e justiça.
Narcisismos, autoritarismos e imaturidades profissionais à parte, o receio do médico de ser processado pelo paciente ou por familiar com criativas alegações posteriores apesar de ter sido tolhido pelo não consentimento é angustiante, mescla quase que inevitavelmente com sensação de culpa e serve de matéria prima espinhosa para conflitos consigo e com o outro. A paz de espírito resulta perturbada.