7. Ao contrário do telefonema que, sem antecipação do assunto, pode pegar o médico de surpresa em relação a uma informação, a leitura da mensagem enviada pelo paciente permite algum tipo de consulta ou auto-organização prévia à resposta para melhor qualificar a orientação solicitada. De fato, nas situações de necessidade de rapidez na expressão cognitiva, a concentração do pensamento, o desenvolvimento do raciocínio, a busca pela memória – nem sempre há o prontuário do paciente à mão – e o juízo crítico podem ser favorecidos na linguagem escrita em relação à falada. Em outras palavras, pode-se refletir sobre o lido, conscientizar-se melhor sobre reações advindas, focar na necessidade principal e estruturar os dizeres.
8. A economia de tempo é notória. O hábito estabelecido para o uso do aplicativo suprime, sem nenhum prejuízo a etiquetas de educação, as habituais formalidades de aberturas e finalizações de conversas, bem como as
repetições explicativas tão comuns. A concisão prevalece.
9. A interdisciplinaridade pode ser também favorecida. É o caso da facilidade para obter orientações de colegas de mesma ou outra especialidade, ou de profissionais de outras áreas do saber, em caso de dúvidas sobre a melhor resposta a ser dada.
10. Em relação ao imagenologista, o aplicativo facilita a sua inclusão momentânea na relação médico-paciente principal. Possibilita agilidade a respeito de eventuais necessidades imperiosas de contato direto antes, durante
ou após o exame de imagem com o médico solicitante, visando, essencialmente, informações e/ou tomadas de decisão em nome da segurança do paciente. Ainda no âmbito da imagem, vale lembrar que não é aconselhável o médico concordar em receber imagens pelo WhatsApp, pela falta de nitidez e possibilidade de erro.
A Bioética da Beira do leito entende que a troca de mensagens por meio de aplicativo de mensagens com boa-fé de ambas as partes fortalece a relação sendo um benefício da medicina e segurança do paciente. Os efeitos afirmativos da comunicação favorecem uma aliança médico-paciente no contexto da preservação do sigilo profissional, não somente no seu conceito para o exercício da Medicina, como também nos ajustes às diversidades de entendimento de cada paciente. Liberdade e responsabilidade! Sempre alerta!