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1588 – Útero e Bioética (Parte 3)

Em decorrência, os acontecimentos no útero influenciam a aplicabilidade do principialismo na Bioética. Benefícios, como efeitos de ativação de anticorpos por vacinas, malefícios, como reações adversas a alérgenos, e as respostas humanas às recomendações tecnocientíficas validadas na medicina, muitas vezes têm bases inatas, além de serem influenciados por fatores externos.

Infelizmente, ninguém nasce com uma relação descritiva das próprias potencialidades positivas e negativas, o tempo é que dirá de que o útero materno foi catalizador. “Foge-se” do útero, mas não se escapa do que nele aconteceu. A medicina, idealmente, apoiada pela Bioética, esforça-se para identificar e dar apoios e soluções requisitadas.

O útero em seus aspectos fisiológicos e fisiopatológicos é ambiente suscetível a aplicação dos princípios da beneficência e da não maleficência de modo conjugado para mãe e concepto. Assim é especialmente objeto de cautelas como as farmacológicas e de irradiação no primeiro trimestre do ciclo gravídico-puerperal.

Os processos biológicos que acontecem invisíveis in utero tornam-se visíveis à luz em formas de implicações biológicas, sociais, políticas, econômicas, morais, éticas e legais, envolvendo tanto realidades quanto potencialidades. Esses processos estão ligados a expectativas, alegrias e frustrações. Quantos outros órgãos do corpo humano são alvos de tão intensos afetos?

A menarca é marco histórico na vida da mulher, sinalizando o início de um potencial reprodutivo caracterizado por ciclos repetitivos, mas únicos. Cada novo concepto que surge tem sua própria impressão digital e estrutura de DNA singular. No Brasil, esse indivíduo também ganha uma identidade social através de um número exclusivo de CPF.

A intensa variedade da condição humana está interligada ao que acontece no útero. O útero é uma matriz determinante do futuro, que define um passado do qual ninguém se lembra de ter estado. Recentemente, o útero tem sido literalmente invadido pela ciência, tanto para intervenções terapêuticas no feto quanto para manipulações genéticas que comprometem a naturalidade da reprodução.

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